Pequena história das artes plásticas no Brasil

Seus trabalhos revelam sentimento do belo tão acentuado que nenhum outro ramo indígena da América o sobrepuja.

A riqueza do colorido inspirou-os evidentemente e forneceu-lhes uma gama admirável de tons, sendo a asa da arara a sua palheta por excelência. Não só pela vibração clara das complementares e todos os contrastes, se destacam as obras primas da arte plumária indígena, mas também pelas nuances inteligentemente combinadas, pela noção incontestável dos tons, dos valores. Além disso é de notar que a personalidade, ao menos tribal, de acordo, aliás, com a psicologia conectiva dos selvagens, que nelas se acentuam. Assim distinguimos o estilo do Uaupés, combinações de tons claros e contrastados, com muito amarelo; o do alto Rio Negro, que encerra mais verde e é menos rico de cor; o dos mundurucus, que tem a mais marcada peculiaridade, já no colorido sombrio, mas de tonalidades variadas, já na matéria de aspecto duvidoso e nas formas de gorras com borlas e pingentes. Dos araras, lembrando o estilo dos mundurucus pela vibração de tons e pela matéria, e o do alto Amazonas, pela riqueza e vibração das cores, tem o Museu Nacional admiráveis exemplares, alguns, infelizmente, acusando, na forma e motivos, influência civilizada.

Isso quanto à pintura. Por outro lado, estudiosos de polpa, trazendo contingente precioso à arqueologia brasileira através de investigações no vale amazônico, desvendam os encantos da cerâmica de Pacoval, na ilha de Marajó.

Aí depararam os sábios, pratos, potes, urnas funerárias, ou igaçabas, ornamentadas com figuras gravadas ou pintadas e desenhos representando, de ordinário, animais. Orville Derby faz notar que os objetos mais perfeitos são as igaçabas que foram enterradas

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