Pequena história das artes plásticas no Brasil

são notáveis pela bravura ou heroísmo, revelados; entre eles contam-se mesmo excelentes engenheiros, alguns dos quais no entender de Sotto Mayor, encheram a Mauriceia e o Recife, de construções importantes, como foram a Casa de Ver o Peso, e o Palácio Supremo do Conselho, obras igualmente muito elogiadas por Montanos e pelo autor do Bred Byl.

Iniciam no Brasil jovem a obra extraordinária de fixação da nossa natureza e da nossa gente, ainda não plasmadas na tela. Seus olhos assombrados com a maravilha do cenário tropical, fixam frementemente, com segurança e admirável verismo, índios, negros, mulatos, judeus, praias, pontes, fortalezas, flores, frutos, animais, palácios — tudo quanto puderam ver, sentir e apreender no ambiente pernambucano durante o período do domínio holandês.

Post pinta com intenso poder de realidade a natureza, a gente e a fauna; Eckhout e Wagner os indígenas. Assim, Nassau faz os seus pintores eternizarem toda a terra de Pernambuco, enquanto Pieter Post traça o plano da construção da Mauritzstad e da remodelação de Recife; o capelão Plante faz poemas inspirados na natureza ensolarada e Joannes de Laet toma nota para a crônica de todos os acontecimentos da época.

Tudo que pintaram Gerbrantd Van Eckhout, Franz Post, e Wagner, pode ser identificado, ao primeiro golpe de vista, painéis e gravuras imorredouras, onde aparece desde o tapuio bravio, tipicamente envaidecido dos seus troféus de vitória ou petrechos de guerra, até a nossa fauna multiforme, a nossa flora áspera ou graciosa, ou mesmo a nossa paisagem nordestina, nimbada de uma aridez e nostalgia, que ninguém dirá possa existir outra igual, a não ser no Brasil.

Isoladamente ou em conjunto pintaram as surpresas da vegetação, desmedidas folhagens de bananeiras, palmeiras de airoso capitel, jaqueiras em pujante

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