Gaspar Telles
Em 1913 chegou aqui Gaspar Telles, nascido em Fayal, nos Açores, Portugal. Estudara na Escola de Belas Artes de Lisboa e no ateliê de Eduardo Machado, mestre da cenografia lusitana e que o acolhera após a morte do pai. Gaspar aprimorou-se no desenho, fez-se artista de valor. Conquistou renome. Quando veio para o Brasil era chefe dos desenhistas da "Ilustração Portuguesa", da Empresa Editora do Século, de Lisboa.
Desenhista, ilustrador e aquarelista, incompreensível retraimento fê-lo não conquistar destaque e renome. Só a custo apareceu. E fomos dos que o arrastaram a entrar em contato com o nosso meio.
Gaspar Telles foi diretor artístico do "Correio da Manhã", fez cartazes como Orestes, para o teatro da Natureza e o filme nacional O Guarani; capas e ilustrações para o "Fon-Fon", a "Ilustração Carioca", a "Revista da Semana", a "Faladora", que dirigiu, e o "Futuro das Moças". Seus desenhos a bico de pena eram notáveis. Suas aquarelas, maravilhosas, como de verdadeiro mestre do gênero. A natureza fizera de Gaspar Telles um artista, no que um artista possa reunir de inteligência, de emoção e de bondade. Desenvolvendo sua atividade em nosso meio, há apenas seis anos, faleceu repentinamente em dezembro de 1918, em Catumbi.
Além das suas obras, deixou-nos um discípulo, Alberto Lima, diretor artístico da "Revista da Semana".