Era no pátio da Escola Militar da Praia Vermelha. Seguíamos em coluna, marchando em continência à suprema autoridade administrativa do exército - o Sr. Ministro da Guerra. Não me lembro se o velho Pedro, o imperial valetudinário, dormitava em terra pátria ou se ainda sua filha despachava em São Cristóvão. Ao ministro, acompanhava Gaspar Martins, hoje uma memória, então uma memória também, que a bandeira histórica que ele desfraldara na sentido do Império, arrancada ao pregão do gancho, chamuscada nas pelejas de 35, ele a atirara como um trapo sem significação, agachado por trás do 3º reinado. Íamos marchando. Na correção dos uniformes e no polido das baionetas, a tropa de escol seguia numa festa, no passo firme da ordenança. Eu ia no pelotão da cauda.
De repente, um aluno destacou-se da forma, à frente da coluna de marcha. Tentou quebrar ao joelho a carabina e atirou-a por fim aos pés do surpreso ministro. Mais adiante ao toque de alto, a coluna parou; a outro toque, fez-se em linha, a outro, debandou.
Quem era esse revoltado?
No laço de ferro que enlaçava esses soldados, quem o partiu assim num repente?
O mesmo que 16 anos depois, na submissão geral do pensamento nacional a velhas fórmulas, no cansado tradicionalismo sociopolítico que nos comprime, na velha cadeia de disciplinadas conveniências que nos aflige, surgiu com esse livro, diante um país, a Autoridade