diante de gaulês, o Ministro Tomás Coelho? Era aquele o Euclides da Cunha?
Sim, era aquele.
Abri-lhe os braços como a velho amigo, sentei-me na rede, ofereci-lhe a minha cadeira de trabalho e entabolamos conversa. Em dado momento, porém, como de hábito, levantei-me para apanhar na mesa de trabalho o pote de fumo. Tornando à rede, achei Euclides de pé, sombrio e, logo, estendendo-me resolutamente a mão, disse ríspido em tom soturno:
— Adeus!
Estranhando tão insólita mudança, olhei-o aturdido, olhei Bierrembach e, intrigado, perguntei:
— Que há?
— Nada. Preciso sair. São horas de trabalho. Voltarei outra vez. Adeus.
— Mas não veio ler-me umas páginas?...
— Sim... depois. Outra vez.
Insisti, roguei. Tudo em vão. E foi-se, hirto, cabeça alta, batendo fortemente os tacões. Dei d'ombros. E encostado à mesa, enrolava vagamente, preocupadamente, um cigarro quando ouvi uma casquinada fora. Era o riso estardalhante de Bierrembach.
Cheguei à janela. Lá iam os dois: Bierrembach, parando de passo em passo, dobrando-se esgargalhadamente; ele inflecto, pisando duro, com o rolo debaixo do braço. Uma hora depois o ardoroso tribuno reapareceu e, entrando de esfusiote na minha sala, deixou-se cair na rede a rir, a rir em desbordo, até as lágrimas.