Vicente de Carvalho, interrogado sobre como conhecera Euclides, respondeu que, por ocasião de seu desaparecimento, procurara recordar-se e não o conseguira. Tinha-o na memória de longa data, dos tempos da propaganda republicana e ficara-lhe na intimidade desde logo.
A amizade entre eles fora sempre fiel e constante.
Levantou-lhe Euclides a candidatura à Academia Brasileira pela primeira vez em 1904, e da Amazônia se aflige pela possível derrota do amigo. Em 1908 patrocina-lhe de novo a investidura acadêmica, triunfalmente vitoriosa.
Vicente, por sua vez, na recordação do amigo desaparecido, tinha-lhe a imagem no seu gabinete de trabalho, em Barão de Tatuí.
Recordou-o nesta página comovida.
"Euclides da Cunha, ilustre autor dos Sertões, e pessoalmente muito conhecido aqui, onde viveu algum tempo, e de onde há meses saiu para chefe da Comissão Brasileira de limites com o Peru, seguiu doente, dizem os telegramas, de Manaus para o Alto Purus.
O fato de ter seguido, apesar de doente, não indica, infelizmente, para quem o conhece bem, que a sua doença seja sem gravidade. Porque Euclides leva até ao exagero o sentimento do dever, e realiza a hipérbole dita por um estadista da monarquia no velho Senado do Império: "Só há uma desculpa plausível de não se comparecer em certas ocasiões: é a certidão de óbito".