e que em tons e graus diversos só encontrei em poucos amigos brasileiros e estrangeiros.
Algumas semanas mais tarde foram publicadas as nomeações do pessoal das comissões de exploração e, em vez de auxiliar, Euclides foi escolhido para chefe da exploração do Purus. O Barão o aprovara com distinção.
É sabido como bem se desempenhou da comissão árdua e penosa, que terminou seus trabalhos antes da do Juruá e que não foi provada pelas febres da região. Euclides mesmo só veio a adoecer em Manaus. Possuí durante alguns anos um exemplar do relatório confidencial dos trabalhos da comissão apresentado por ele ao Barão do Rio Branco e que está no arquivo de limites do Itamarati. Por ele se vê que o escritor tumultuoso e ardente era também um técnico notável e, o que é mais, chefe consciencioso e capaz.
O Barão o reteve no Ministério como cartógrafo e auxiliar técnico do seu gabinete. Estava encaminhada e aproveitada da melhor maneira a atividade de Euclides da Cunha. Data desse tempo o seu Peru versus Bolívia, que, escrevia-me ele para Lima, ao mandar-me o livro, não somente se inspirava do culto da verdade e do direito, mas era também vagamente a defesa dela contra ele. Euclides era cavalheiroso. Assentava-lhe tomar partido pela causa menos bem defendida, ainda que lhe sobrassem direitos. E em presença de tanto saber histórico ao serviço de uma arguta e rigorosa dialética que o habilitava para ser um mestre em trabalhos dessa natureza, a gente ainda mais lamenta o drama