íntimo. Os amigos que o acompanharam por esse tempo puderam avaliar a enorme energia daquele homem de imaginação e de sensibilidade, para recalcar dores imensas e organizar uma expedição de caráter científico e diplomático, que se anunciava prenhe de dificuldades e acidentes. Era notável sua preocupação pelo resultado da incumbência que recebera, nascida de conflito sério com o Peru, que podia tomar rumo mais ameaçador, diante de qualquer desentendimento das comissões mistas enviadas pelos dois governos para explorar os rios Purus e Juruá, pontos cruciais da questão.
Quando em abril Euclides terminou os trabalhos preliminares de troca de poderes, das cópias autênticas das instruções e da mobilização do material de toda espécie para singradura alongadíssima de mais de 3.000 quilômetros, estava exausto e profundamente impressionado por ter de iniciar a marcha para a frente em estação desaconselhada, com a vazante dos rios quase à porta. Seu memorável relatório, publicado em 1906, e sua correspondência de então, delatam esta contingência no homem de saber e de observação, que de tudo perquiria e se informava.
Os três meses passados em Manaus deram a Euclides um manancial opulento de conhecimentos da região que ia ilustrar com sua presença. Estudara os documentos preciosos que se encontram na biblioteca do Estado e nos arquivos do palácio do governo e deletreara com paciência e tenacidade de beneditino, os mapas, desenhos e roteiros que particulares estudiosos e a Diretoria de