civilização europeia, integrando o futuro dos povos sul-americanos.
Raul Pompeia era um poeta na extensão da palavra beletrística. Euclides da Cunha se não se apresentava com a feição exclusiva do homem de letras, todavia descobrira o fator preciso para as construções de uma nova literatura nacional.
Os seus estudos de história e geografia do Brasil; o exame das questões que se ligam às estradas para o sertão; a análise dos elementos sociais e econômicos que dependem da exploração dos acidentes orográficos e da filosofia dos talweg, das grandes bacias fluviais; a potamografia combinada com a investigaçõo industrial das jazidas de ferro, da hulha branca e de outras riquezas ainda não convertidas em energias: os problemas de circulação; enfim, tudo quanto pode e deve constituir o preparo da síntese de que há de sair a mais bela das nações da terra, tudo isso cresceu espaventosamente no espírito de Euclides da Cunha. Esse formidável poema social, que se preparava num dos cérebros mais fecundos da nossa raça, já aparelhado de um estilo sem rival pelo vibrante arrojo, pelo tumulto das ideias, pela inconcussa penetração, pelo tom expressivo e um fascinante aparatus, foi, entretanto, interrompido, soprado por uma bruta rajada, que nos traz ainda em estupor. Do homem restam apenas os livros escritos num período febril, projetor insatisfeito, e a recordação dos amigos que o prezavam tanto quanto o admiravam.
Um vulcão extinto.