Euclides da Cunha a seus amigos

Mal sabia eu que aqueles olhares agudos e acesos, que Euclides da Cunha lançava sobre todos os objetos dignos de sua visada, esculcos e condutores do pensamento artístico que lhe consumia a alma, me apareceriam, poucos dias depois, no necrotério, apagados, completamente extintos, nas crateras das pálpebras arroxeadas, sepulcros de uma inteligência prematuramente disciplinada, antes de haver terminado a obra que era a sua função essencial".

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Com Machado de Assis, a despeito da diversidade de temperamento, certa semelhança íntima na natureza moral de ambos, aproximou-os e nos últimas anos, a frequência à Academia.

O voto, que recebeu do romancista, ele o juntou, como condecoração, ao de Rio Branco. Mais o havia de comover a prova de alto apreço com que Machado, em 1908, na eleição para presidente, ao invés de ir buscar alguém provecto nas letras, alguns dos fundadores da "ilustre Companhia", deu o seu voto, no meio da unanimidade dos demais, a Euclides.

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Outras amizades, a que episódios acidentais davam oportunidade, mais remotas umas como a de Henrique Coelho, seu antigo colega de colégio, e a de Alberto

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