E as trezentas páginas se ajuntam, lidas, agradáveis, distraindo e informando, corrigindo e ensinando, até volver-se a última, sem pressa nem fadiga. É, então, que sobrevém o melhor. Traço a traço, linha de contorno delimitante, esfumado de sombra para perspectiva, ressalto ou depressão, membros que se desprendem e alongam, feições que avultam e tomam expressão, tudo isto, palavras, frases, notas, verbetes, sinonímias regionais, abonações de autores, discussões filológicas, reparos geográficos, observações de costumes, vocábulos que riscam desenhos, páginas que evocam figura... tudo isto somado, fechado o livro, nos aparece com uma grande imagem, um retrato mesmo do Brasil...
Foi o que quis o autor? Foi o que fez, além do que quis. E se não o viu, na sua modéstia, pensando ter apenas feito um sábio dicionário de brasileirismos geográficos, dou-me por feliz em lho mostrar, e aos que nos lerem. Não é pouco, nem vulgar, um retrato, parecido, do Brasil. E que belo retrato!
AFRÂNIO PEIXOTO