Os sertanejos que eu conheci

levantar a sua choupana, ou vedar-lhes a orla de mata para organizar as suas lavouras. São livres; vivem e pelejam num país de florestas, de verdes campinas e várzeas, onde correm águas permanentes, onde o solo é rico e fartas as pastagens, onde nunca faltam caças nas matas, onde rios e lagos são piscosos.

Tais são os sertanejos que conhecemos. Que ninguém, pois, os tenha como os "jecas tatus" do autor de Urupês, nem os trate de párias, dignos apenas de compaixão, senão de desprezo! Aceitam corajosos a luta pela vida, não como condenados a miserável destino.

Não os acusemos, portanto, como ousaram fazer alguns patrícios, de serem opróbrio para a Nação, prejuízo para nossa fama, atraso para nossa marcha. Cuidemos, sim, de ajudá-los, acudindo às suas necessidades, aproveitando suas qualidades e aptidões.

Admiremo-los como os pioneiros silenciosos mas teimosos da verdadeira "marcha para o Oeste".

Verdadeiros bandeirantes do século XX, uns mais inteligentes e audaciosos, outros mais modestos, todos prolongam a empresa dos antigos bandeirantes, porque contribuem, cada dia, à custa de sacrifícios, à conquista de mais uma parcela do vastíssimo Brasil desconhecido e inabitado, e preparam seus sertões bravios à chegada inevitável e próxima da Civilização e do Progresso.

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