Rodrigues Alves - Tomo 1

Apogeu e declínio do presidencialismo

EXPLICAÇÃO PRELIMINAR

AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO


Em 1954, na introdução de Um estadista da República, procedi à justificativa e ao relato da composição daquele livro. Pelas mesmas razões então desenvolvidas deixarei, aqui, breve notícia sobre o histórico deste novo trabalho.

Algum tempo depois da publicação da biografia de meu pai, comecei a cogitar no preparo de um longo estudo sobre a vida de Rodrigues Alves.

Razões valiosas induziam-me à tentativa, e circunstâncias favoráveis facilitavam-lhe a execução.

As razões eram de ordem sentimental, devidas às minhas ligações com a família Rodrigues Alves e ao fato de meu pai ter sido convocado, por ele, para servir no governo que não chegou a exercer.

As circunstâncias favoráveis decorriam de que, graças precisamente àquelas relações de família, o arquivo de Rodrigues Alves, pelo menos na sua parte mais importante, veio ter às minhas mãos, formando um núcleo de documentação inestimável e, creio, sem paralelo entre os papéis deixados por qualquer outro presidente da República, em virtude das anotações por ele tomadas, durante mais de 20 anos, sobre os homens e os fatos do seu tempo, vistos, sempre, de privilegiados pontos de observação.

Eu pensava, além de tudo isso, que uma biografia extensiva de Rodrigues Alves, adicionada à que escrevi sobre meu pai, em conjunto constituiriam uma espécie de história da Primeira República, estudada através de duas longas vidas de homens que fizeram da ação política a razão principal de suas existências.

Reconheço que não se pode comparar, em importância, a vida de Rodrigues Alves à de Melo Franco. O destino de meu pai, ainda que variado e colorido, desdobrado nitidamente em três planos, o provincial, o nacional e o internacional, não chegou às culminâncias do de Rodrigues Alves, cuja trajetória política foi a maior que o Brasil conheceu, no Império e na República.

Rodrigues Alves - Tomo 1 - Prefácio 26 - Thumb Visualização
Formato
Texto