dos seus planos de administração expansionista, mas que não comprometia as suas ideias de financista prático, moderado, convencido da eficácia dos métodos isentos de radicalismo. Como governante nacional, e não regional, ele aceitava a necessidade de impulsionar o desenvolvimento para além da riqueza exclusivamente agrícola do café. Os melhoramentos materiais e a campanha sanitária tinham, para ele, esse fim, segundo declarou mais de uma vez. Mas não se atirou aos excessos de um Alves Branco, no Império, ou de um Rui Barbosa, na República.
Por outro lado, como paulista e lavrador de café, conhecia a importância da agricultura cafeeira, bem como da imigração e dos transportes a ela ligados. Daí os aspectos liberais e mesmo livre-cambistas de sua atuação, não só na qualidade de presidente da República, como também depois, no exercício da presidência de São Paulo, pela terceira vez. Sua mensagem de 1903 contém largo trecho referente a essas posições. Mas ele nunca aceitou os exageros de Bernardino de Campos e do seu liberalismo econômico, que era, de fato, uma posição de enfraquecimento do poder público.
Finalmente, partidário que sempre foi da política de equilíbrio e, mesmo, de saldos orçamentários, do câmbio firme, da moeda forte, Rodrigues Alves não se aproximou da inflexibilidade de Joaquim Murtinho e Campos Sales, que tão grandes aflições trouxe às forças produtoras e tantos sacrifícios infligiu ao povo.
A propósito de todas essas observações, pode-se citar o seguinte trecho do resumo que, com tanta precisão, relata a ação governamental de 1902 a 1906:
"Observa-se na história das finanças que, por via de regra, a um governo que entesoura sucede uma administração que despende: o primeiro administrador da Receita, o segundo governo da Despesa (...). Ao governo do quatriênio que vai findar azou-se a fortuna de poder ser cumulativamente de Receita e de Despesa: acautelar, promover os interesses financeiros, que deixa assegurados e prósperos, e, paralelamente, arquitetar em monumentos a estrutura da vida econômica nacional (...)".