Rodrigues Alves - Tomo 2

Apogeu e declínio do presidencialismo

Em setembro de 1899, quatro bancos brasileiros suspenderam as operações: o da República, o Rural e Hipotecário, o da Lavoura e Comércio e o Comercial. Inutilmente havia o governo nomeado para a direção do Banco da República um diretor do Banco Alemão, na esperança de que isto restabelecesse a confiança pública. Decidiu, então, Campos Sales, correr em auxílio do Banco da República, o que fez por decreto de 21 de setembro, que conferia ao estabelecimento vários favores, mas que condicionava a aplicação destes à concordância dos acionistas em entregar a direção do Banco ao governo.

Três anos mais tarde, em setembro de 1902, o diretor alemão Petersen demitiu-se, sendo nomeado em seu lugar Raimundo de Castro Maya.

Foi este o Banco que Campos Sales legou ao seu sucessor. Rodrigues Alves e Bulhões logo concordaram em fazer do instituto bancário oficial um novo instrumento de ação. Na mensagem de 1904, ele havia advertido que os meios de que dispunha o Banco da República eram "evidentemente insuficientes para imprimir ao movimento econômico do país o impulso que fora para desejar".

Para empreender a reforma do Banco da República, de acordo com as novas condições financeiras do país, Bulhões fez reunir a assembleia geral dos acionistas a 29 de julho de 1905, utilizando permissão que lhe fora dada pela lei de 30 de dezembro de 1904. No seu discurso, disse o ministro da Fazenda que se impunha a reorganização do Banco, como coroamento da melhoria econômica que se observava. Segundo ele, o estabelecimento poderia "exercer as funções de um banco central, dispondo de capital abundante para redesconto do papel dos outros bancos, para adiantar aos outros bancos, e, finalmente, para ampará-los nos momentos de crise".

Como se vê, ficava delineada a função que o Banco do Brasil teve no futuro.

Em 28 de agosto, os acionistas aprovaram as modificações propostas, com algumas alterações em benefício deles.

A 21 de setembro, Rodrigues Alves enviou mensagem ao Congresso, remetendo anteprojeto de reforma dos estatutos do Banco, que daí por diante se chamaria do Brasil.

A Comissão de Finanças da Câmara, tendo como relator Davi Campista, apresentou projeto nas linhas do que enviara

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