Comissão de Agricultura. O estudo era baseado no projeto Cândido Rodrigues, em várias emendas a ele apresentadas, e em outras iniciativas correlatas. Nadá, porém, progredia na esfera federal. Somente o impulso vindo da principal região produtora, que era São Paulo, poderia vencer a resistência passiva da União.
O presidente do Estado, Jorge Tibiriçá, encontrava apoio firme e amplamente majoritário em todos os setores influentes da opinião paulista. Cumpria-lhe procurar apoio fora de São Paulo, com outros Estados, desde que se tornara patente que a União não se dispunha a isso. E foi o que se verificou no correr do ano de 1905.
Rodrigo Soares Júnior, que compulsou o arquivo particular de Jorge Tibiriçá, fornece elementos esclarecedores das tratativas que levaram ao Convênio de Taubaté.
Os elementos que mais auxiliaram o presidente paulista foram o Deputado Cândido Rodrigues e o Senador Glicério, encarregados de pressionar Rodrigues Alves; Carlos Peixoto, incumbido de trazer o apoio de Francisco Sales, presidente de Minas; enquanto o deputado fluminense Barros Franco Júnior e Cândido Resende trabalhavam junto a Nilo Peçanha, presidente do Estado do Rio. Aos velhos adversários políticos de Rodrigues Alves competia a tarefa de organizar a massa de manobra no Congresso, contra o Catete.
A estratégia projetada envolvia medidas políticas, que iam muito além dos propósitos econômicos cogitados a princípio.
Insensivelmente, mas inevitavelmente, a campanha pela valorização do café veio desaguar no problema da sucessão presidencial.
Minas era o Estado de maior população, maior eleitorado, maior representação no Congresso. São Paulo, berço da República civil, tinha conseguido conservar o controle do poder federal por três períodos presidenciais sucessivos. A resistência contra a renovação paulista, por mais um quatriênio, era natural, e só poderia ser vencida por uma união sem frinchas, entre os governos do Estado e da União. A contradição de interesses financeiros entre os dois governos era, porém, irredutível, e isto os levaria a uma separação política, que impossibilitou um quarto presidente paulista.