As notícias colhidas nos documentos particulares, a partir de julho, entremeiam cuidados com a saúde do presidente e tratativas sobre a formação do futuro governo. Nada parecia indicar, seguramente, que a debilitação progressiva da primeira ia tornar inviável o segundo.
A 28 de julho, o presidente escrevia ao genro, Cesário Pereira, enviando-lhe procuração para que comparecesse como padrinho de casamento da elegante Vera Barbosa (a moça que encantava os saraus presidenciais de 1906), com o jovem diplomata e futuro embaixador, o aristocrático Félix de Barros Cavalcânti de Lacerda. Rodrigues Alves não parecia disposto a fazer a viagem ao Rio.
A 9 de setembro, o presidente escreve a Catita. É a última de suas cartas à filha, correspondência iniciada dias depois do seu casamento, em 1904, e conservada com religioso carinho.(1) Nota do Autor Nesta última carta, o pai fala sobre a sua saúde: "... e o pior é que os resfriamentos não me deixam. Agora mesmo tive um desses casos com ligeira febrícula. Hoje estou bem, sem febre, e com o corpo voltando ao estado normal, Está aqui o Oscar."
Hoje bem, amanhã pior, ia temperando. Mas tudo isso mostrava, evidentemente, que aquele homem combalido não estava em condições de enfrentar os problemas da presidência, dois meses depois. Problemas internos e externos, pois o fim da guerra se aproximava rápida e visivelmente com o fracasso das últimas e desesperadas ofensivas alemãs; problemas muito diversos daqueles que resolvera de 1902 a 1906, e que exigiam novas energias, novas disposições, nova visão de estadista. O governo Rodrigues Alves de 1918 não poderia ser uma repetição do governo Rodrigues Alves de 1902. Era uma situação nova, que precisava um homem, senão novo, renovado. E isto, por desgraça, não era, fisicamente, o caso do Conselheiro. Bem que o seu desalento o alertou, bem que, mais de uma vez,