CAPÍTULO I
A LUTA CONTRA O CAOS
O COMEÇO FOI TÃO inesperado quanto o rápido desfecho. Em 30 de março de 1964, o tenente-coronel Confúcio Pamplona entregou, em Porto Alegre, ao general Adalberto Pereira dos Santos, comandante da 6.ª Divisão de Infantaria, esta mensagem do Chefe do Estado-Maior do Exército, general Humberto de Alencar Castelo Branco, que a redigira de próprio punho:
RESTAURAÇÃO DA LEGALIDADE:
restabelecimento da Federação;
eliminar o desenvolvimento do plano comunista de posse do poder;
defender as instituições militares, que começam a ser destruídas;
estabelecer a ordem para o advento de reformas legais.(1) Nota do Autor
Nenhum programa seria mais lacônico. A semente era modesta - a árvore seria frondosa.
Porto Alegre era um dos pontos fracos da Revolução, não contando o general Adalberto com a maioria dos Comandos de Unidades da 6.ª Divisão. Castelo fizera-lhe também saber que o movimento irromperia quatro ou cinco dias mais tarde, devendo ser precedido da chegada de novo emissário. No dia seguinte desembarcou em Porto Alegre o general Alfredo Malan, que confirmaria o início do movimento em 4 ou 5 de abril. Na realidade, pensava-se numa contrarrevolução, para deter a acelerada marcha comunista, fomentada e dirigida pelo Governo. Exibira-se até, para estudantes e marinheiros, o filme sobre a chacina do Potemkin. Ensinava-se a destruição da hierarquia militar, e, na Marinha de Guerra, fizera-se rumoroso