O Governo Castelo Branco

"Não quis nem usei o poder como instrumento de prepotência. Não quis nem usei o poder para glória pessoal ou a vaidade dos fáceis aplausos. Dele nunca me servi."

Apesar da extensão do discurso, que durou cerca de uma hora, as palavras saíam claras e fortes, como se desejasse imprimi-las em cada um dos que o ouviam. Depois, veio a conclusão com humildade e reconhecimento:

"...a verdade é nunca faltarem os que insistem em preferir sacrificar a segurança do futuro em troca de efêmeras vantagens do presente, bem como os que põem as ambições pessoais acima dos interesses da Pátria! De uns e outros desejo esquecer-me. Pois a única lembrança que conservarei para sempre é a do extraordinário povo, que na sua generosidade e no seu patriotismo, compreensivo face aos sacrifícios e forte nos sofrimentos, ajudou-me a trabalhar com lealdade e com honra para que o Brasil não demore em ser a grande Nação almejada por todos nós."

Era o "canto do cisne": Mil Dias haviam passado...

Bahia, junho de 1973.

[Fac-símile de trecho de uma carta enviada da Itália pelo Ten.-Cel. Castelo Branco, então integrando a Força Expedicionária Brasileira, e dirigida à esposa, D. Argentina Castelo Branco (Do Arquivo Castelo Branco).]

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