Escravidão Negra em São Paulo

Um estudo das tensões provocadas pelo escravismo no século XIX

Do que para constar fiz este Termo de Assentada.

Eu Manoel Francisco Monteiro Escrivão de Paz o escrevi.

TESTEMUNHA

Joze Manoel Abreu homem branco casado natural de Cuiabá de idade de setenta e trez annos mais, ou menos, que vive de seus negocios morador da cidade de São Paulo aprezentemente nesta Villa, testemunha jurada aos Santos Evangelhos em hum Livro delle em que poz sua mão direita sobcargo do qual lhe encarregou elle Juis dicesse averdade que soubesse e perguntado lhe fosse; e recebido por elle o dito juramento assim o prometeu cumprir.

Esendo lhe perguntado pelo que sabia arespeito do projecto de inssurreição tramado pelos escravos desta villa e seu termo.

Dice que indo a caza do capitão Francisco de Paula Camargo no dia treze do corrente a tratar certo negocio, deste ouvira dizer, que na revolução dos negros que pertendião ao anno digo que pertendião os negros fazer já elle dito capitão Paula teve denuncia de Jose Bento da Silva, o de Manoel Barbeiro hum Pardo que foi do Conego Melchior, emais não disse.

Elido o seu depoimento pelo achar conforme tinha deposto assignou com elle Juis de Paz.

Eu Manoel Francisco Monteiro Escrivão de Paz o escrevi = Cunha = José Manoel de Abreu Luz =

TESTEMUNHA

Salvador Nunes de Brito homem branco solteiro natural de Cuiabá emorador desta de idade de trinta e sinco annos, que vive de seu negocio, testemunha jurada aos Santos Evangelhos em hum livro delles em que pos sua mão direita sobcargo do qual lhe incarregou elle Juis dicesse averdade que soubesse e perguntado lhe fosse, pena de incorrer nas da Lei; erecebido por elle o dito juramento, assim o prometeo cumprir.

E sendo lhe perguntado pelo projecto de inssureição tramado pelos escravos desta villa e seu Termo.

Disse que ouvira dizer, que Jose Bento tinha grande correlação, e amizade com os negros em que tratavão do prezente objecto de inssurreição, dizendo que, fizessem o levante a bem da sua liberdade, visto que agora não devia haver escravidão, e que isto sabe por ouvir a Jose de Campos Soiza, e mais não disse.

Elido o seu depoimento pelo achar conforme assignou.

Eu Mancelle digo Manoel Francisco Monteiro Escrivão de Paz o escrevi = Cunha = Salvador Nunes de Brito =

TESTEMUNHA

Manoel da Rocha Ribeiro homem branco casado natural da villa de Itú, emorador desta de idade de trinta annos, vive de seu negocio, testemunha jurada aos Santos Evangelhos em hum Livro delles na forma da Lei

E sendo lhe perguntado o que sabia digo perguntado se sabia alguma couza sobre o projecto de inssurreição tramado pelos escravos desta.

Disse que em sua casa aparecera uma pintura em papel que continha estar hum negro sentado em huma cadeira, e dous brancos, hum de cada lado coroando ao negro e que esta pintura hum negro de Francisco Borges dera a huma criança delle testemunha, cuja pintura finalmente levara o Capitão Silvesrio

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