Diário e notas autobiográficas

Texto escolhido e anotações por Ana Flora e Inácio José Veríssimo

e, sem a proverbial energia do advogado Rebouças,(1) Nota do Prefaciador teriam entregue a Sabino e seus cúmplices as arcas do tesouro com muito mais de 600 contos de réis.

O nome de André foi-me dado em honra ao Avô materno, o negociante André Pinto da Silveira, que idolatrava sua filha única, minha extremosa Mãe, Dona Carolina Pinto Rebouças, e que votava admiração ao patriótico heroísmo do meu Bom Pai...(2) Nota do Prefaciador Meu Avô gostava de repetir: — "Para que deram o nome de André a este pobre menino?! Tão doentinho! Vai ser um tolo e um mártir, como eu mesmo".

Porque o bom do velho vivia crivado de parasitas; caloteado e roubado pelos senhores de engenho, aos quais havia emprestado dinheiro e adiantado mercadorias e fornecimentos.

— As inscrições de nascimento dos meninos André e Antonio dão lugar a importantes observações antroponômicas — André é descrito como um moribundo; Antonio como extraordinário em vigor. Antonio só viveu de 13 de Junho de 1839 a 26 de Maio de 1874 (35 anos...). André está vivendo até hoje (55 anos) e não sabe qual será o termo de sua existência; por isso que, por meio de rigoroso regime higiênico, sua saúde melhora todos os dias...

Este documento de família responde vitoriosamente às bárbaras sugestões de Ernest Haeckel & Cia. de ser melhor extinguir as crianças doentias a criá-las com grande trabalho e enormes despesas... Estes sábios canibais esquecem que Pascal, Isaac Newton, Charles Darwin e tantos outros homens de sabedoria, inventores e grandes Benfeitores da Humanidade foram crianças raquíticas sempre fracas e doentias...

Nem ao menos refletiram que o excesso de vigor físico excita aos prazeres violentos; à caça, aos jogos atléticos, etc., nos quais são frequentes os acidentes mortais, e, ainda mais frequente, a inutilização do cérebro pela paixão pelos exercícios físicos. É o que acontece na Inglaterra à enorme turba-multa do Sport.

No Livro de Família meu bom Pai escreveu:

"Em 28 de Novembro de 1840 se puseram os Santos Óleos ao meu primeiro filho André, e batizou-se o meu segundo filho: sendo padrinhos do primeiro seus Avós André Pinto da Silveira e Gaspar Pereira Rebouças.

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