Afonso Pena e sua época

"o primeiro a apresentar a diversos políticos influentes, como os presidentes de São Paulo e Rio de Janeiro, o nome do Sr. David Campista como o sucessor indigitado por Minas Gerais ao Conselheiro Afonso Pena, S. Ex.ª não trepidou em, num momento de arrojada audácia do General Pinheiro Machado, passar-se com toda sem-cerimônia para a cauda do gaúcho, que assim levara à sepultura o venerando presidente da República e a elevada posição do nosso Estado na Federação."

Só uma figura histórica lhe é comparável: a de Joaquim Silvério dos Reis.

Protesta veementemente Afonso Pena Júnior contra o Diário de Minas, quando interpreta a missão de Venceslau Brás a São Paulo como "simples ato de dedicação abnegada ao presidente da República, simples emissário deste". A correspondência que o Correio do Dia transcreve revela a franqueza e a confiança de Afonso Pena pela convicção de estar o emissário perfeitamente identificado com S. Ex.ª e com a política mineira. A nenhum outro mineiro, a não ser Bias Fortes, em 14 de abril, escreveu o presidente a respeito.

O Correio da Manhã do Rio, empenhado também na campanha anti-hermista, em 18 de setembro, não interpreta de modo diverso os acontecimentos. Tudo foi produto de uma intriga. A primeira vítima fora o velho Bias, que, considerando o presidente criatura sua, achava-se na obrigação de nada recusar-lhe. Quanto ao Sr. Venceslau Brás a obra foi mais lenta, até que nos primeiros dias do mês, na reunião do Congresso Nacional, a propósito da verificação de poderes, entrou o "presidente de Minas a vacilar, recomendando aos seus amigos da Câmara que ora acompanhassem o Sr. Carlos Peixoto e ora não prestigiassem um chefe da ordem do Sr. Pinheiro Machado.

Quando abriu os olhos, o malogrado presidente da República viu que o presidente de Minas tinha renegado os seus compromissos.

Seguiu-se a revolta do Marechal Hermes em cuja lealdade o presidente, seu chefe, depositava a mais completa confiança e com o valioso auxílio que lhe prestou o ministro da Guerra venceu a conspiração. acarretando os maiores dissabores que produziram o traumatismo moral a que ele sucumbiu.

Não contentes de haverem tirado a vida ao Conselheiro Pena, conspurcam-lhe agora a memória os que tão vilmente o traíram. Bem fez o Sr. Afonso Pena Júnior trazendo a público aquele documento: a carta do Dr. Venceslau, que convence aos meios menos simpáticos à memória do finado presidente que, se este abraçou a candidatura

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