Afonso Pena e sua época

"Este nome [Rio Branco] apresentei-o eu, ultimamente, como a solução nacional."

E depois de resumir as qualidades do candidato:

"Era uma candidatura que seria recebida nos braços da Nação e levada por ela em triunfo à presidência [...]

Não logrou, porém, obter a aquiescência do presidente, e óbvio é que, sem ela, também não poderia alcançar a do Barão do Rio Branco."

É evidente que Pinheiro não expusera ao presidente a indicação do barão, assentada com Rui Barbosa, como uma solução a ser examinada, e sim como uma hipótese já frustrada. "Apesar de toda admiração que tinha por esse grande vulto", diz João Mangabeira, Pinheiro "não o queria para presidente. Não era santo de sua igreja. Como não era Rodrigues Alves [...] Eram ambos, dizia, monarquistas até 15 de novembro. E monarquista o primeiro continuara [...] não consultou Pena sobre a candidatura do barão, nem disse que Rui a propunha. Mas apenas que Hermes sugerira esse nome, que fora, entretanto, vetado, desde logo, por Glicério, Lauro Müller e Francisco Sales."(3) Nota do Autor

Mas uma vez liquidada a candidatura Campista, o lançamento da chapa Hermes-Venceslau tinha que vencer alguns obstáculos. O marechal era, de natureza, hesitante. Em todos esses episódios, que vimos de acompanhar, mostrou-se indeciso. Agora estava diante da necessidade de agir rapidamente, porque a Convenção, com que se costumavam justificar as candidaturas, estava marcada para 22 de maio.

O homem-chave no Senado, Pinheiro Machado, não abandonara explicitamente a candidatura Campista até sua desistência. Mas sua linha política era certamente a que conduziria ao desmantelamento total do antigo Jardim de Infância. Uma vez liquidada a candidatura civil, ele passou não somente a aceitar a candidatura militar, mas a assumir uma tal posição dentro dela que a maior parte da população passou a atribuir-lhe a paternidade. Toda sua força derivava do apoio das oligarquias estaduais. Sua admiração

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