na época da crise membro destacado da Câmara dos Deputados, narrou ao autor destas linhas que ouviu, de íntimo, do barão que ele entrou em grande nervosismo ao se ver arvorado em árbitro de uma questão daquela ordem. Dirigiu-se à casa da Rua Guanabara disposto a ter um entendimento pessoal com o marechal, o que não conseguiu. Era tarde. O marechal recebeu-o já cercado de correligionários. Estava nervoso e trêmulo, tão trêmulo que o barão ouviu o tinir da colherinha no pires, quando o dono da casa lhe passou um cafezinho. Sua visita foi interpretada como uma adesão à candidatura que o marechal anunciou como decidida. Só cabia ao barão cumprimentar o candidato e desejar felicidades.
Quanto a Rui Barbosa o caso foi mais complicado. A 18, comissionado pelos promotores da candidatura do marechal, Glicério e Azeredo procuraram-no pessoalmente e transmitiram o desejo do candidato. Rui respondeu com a citada carta de 17, a que já nos referimos, que no dia seguinte, publicada com grande destaque no A Tribuna, estava na mão de todos os políticos. É uma peça de tal repercussão que Barbosa Lima considerou-a o pedestal de um grande movimento. A rapidez da resposta, como se não compendiasse tudo que o autor vinha sustentando havia tantos dias, fez com que houvesse quem lhe atribuísse uma redação prévia. É preciso ser completamente jejuno da capacidade de réplica de Rui Barbosa para admitir tal hipótese.
Mas os fatos se precipitavam. A 22 de maio uma convenção composta dos representantes das oligarquias estaduais aprovava a chapa Hermes-Venceslau. Os inconformados, paulistas, baianos e oposicionistas nos Estados, denominados então civilistas, vão entrar à procura angustiosa de um candidato.
Enquanto isso a saúde do presidente da República baqueava. Seguindo o registro fiel de Tavares de Lira, a etapa final da vida do velho conselheiro, abalada fundamente desde a morte do filho Álvaro, agrava-se assustadoramente. A 13 de maio ainda assistiu às comemorações do centenário da Força Policial. Mas passou uma noite má. A 14 e 15 precipitam-se os acontecimentos resultantes da crise com o ministro da Guerra. De 16 a 19 os fatos só fazem agravar seu espírito abatido. Desde 13 queixava-se de alteração de temperatura. Assim mesmo, presidiu a 20 o despacho coletivo, sem demonstrar esmorecimento, e mantendo em dia os despachos e a correspondência.