Ensaios sobre história politica e administrativa do Brasil

1500-1810

Incumbido da apresentação deste volume, honra que me é deferida pela generosidade, faço meus os conceitos de Helio Viana, tanto mais quanto o prazo que me foi concedido para o exame dos originais veio a ser o mais limitado em virtude das exigências da oficina impressora, numa época em que as tipografias vivem tão desfalcadas em suas quotas de suprimento de energia e não sabem para onde se voltar para acomodar as solicitações dos clientes.

Da leitura atenta das páginas garcianas sobra-me a impressão de que este livro póstumo é o grande e digno remate de uma grande obra.

Nasceu no período em que o seu autor dispunha da plenitude de pujança das impressões recentes oriundas da revisão da enorme matéria compendiada nos cinco tomos da História Geral.

Era como que a condensação do longo trabalho decenal encetado ao lado do Capistrano, um abstract dos fastos brasileiros estudados à luz das mais recentes descobertas. Condensação esta a que oportunamente iria acrescentar a suplementação dos capítulos atinentes a assuntos dos quais não tratara, ou apenas tratara, Francisco Adolfo de Varnhagen.

Encetando o curso do Museu pelos sábios prolegômenos referentes ao descobrimento; às primeiras expedições exploradoras; às viagens comerciais e ao estabelecimento de feitorias, escreveu Garcia uma série de páginas compendiando tudo quanto a ânsia dos americanistas conseguira até então descobrir, coordenar e afirmar com segurança.

Passando a expor os primeiros rudimentos do regime administrativo ao Brasil imposto pelo Rei Povoador, analisa, com a habitual mestria, as condições graças às quais veio a fracassar o sistema das capitanias

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