gerais, devido sobretudo à turbulência dos primeiros colonos, à resistência dos indígenas e às investidas de franceses, atraídos pelo comércio do pau-brasil, cujo notável valor econômico nos é recordado em lúcidos conceitos.
A organização do Governo Geral, conferido a delegados régios, armados de extraordinário poder, serve de tema a um dos mais eruditos capítulos. Completa-o outro não menos bem lançado sobre os primórdios da organização judiciária e a situação do clero na era quinhentista.
O estudo do Município transplantado ao Brasil dá ensejo a que o leitor tenha excelente visão do regime municipal decorrente das Ordenações manuelinas e filipinas, base indispensável à apresentação do assunto.
Vem-nos depois apontado o esquema da primeira organização militar da colônia, baseada na manutenção de uma milícia territorial mais tarde evoluída nas Ordenanças, a nossa antiga landwehr, tropa de segunda linha.
Excelente apanhado dá-nos a lição VIª das atribuições dos funcionários administrativos da Colônia, a curiosa resenha de formulário dos atos emanados do poder supremo, em copiosa relação de decisões e circunstâncias sobremodo interessantes para o leitor moderno, estabelecedor de confrontos entre os tão diversos moldes das eras.
Entre essas minudências tornam-se curiosas as que explicam os famosos processos de residência com os quais a legislação da Monarquia ameaçava os capitães generais, magistrados, capitães-mores, raio a ser desferido, que jamais se desfechava, mesmo em face de despropósitos e até de crimes praticados pelos ameaçados,