notícia do outro deixado em Cabo Frio. Varnhagen, repetindo Pedro Mariz, acha que a demora de Gonçalo Coelho no Rio de Janeiro foi de dois a três anos; que ele mandou explorar a costa do sul até a baía de São Matias; que os exploradores regressaram sem persistir mais em busca da passagem com que contavam para alcançar Malaca por esse lado. Não se apurou de nenhum documento e não consta de cronista quando Gonçalo Coelho, com os restos de sua frota, chegou a Lisboa, mas não devia ter sido antes de 1506. Damião do Góis, na Crônica del Rei Dom Manuel (parte 1ª, cap. 65) apenas diz que seus navios vieram carregados de mercadoria da terra, — "que então não eram outras que pau vermelho, a que chamamos brasil, bugios e papagaios". A impressão dominante era que estas terras não eram de proveito, isto, é, não continham especiarias raras nem metais preciosos. O florentino João de Empoli, feitor de uma nau na armada de Afonso de Albuquerque, em 1503, contou na relação da viagem haver estado na terra descoberta por Pedro Álvares Cabral, onde viu em quantidade canafístula e pau-brasil. "E nada mais achamos de valor" — acrescentou desdenhoso, — desdém natural em sujeito que navegava para a Índia — justifica o erudito J. Lúcio de Azevedo, em suas Épocas de Portugal Econômico (pág. 246).
No intervalo das duas expedições referidas, não se conhece nenhuma outra, nem é provável que se efetuasse, pelo menos com caráter oficial.
Por uma carta de Piero Rondinelli, datada de Sevilha a 3 de outubro de 1502 e divulgada na Raccolta Colombiana (3ª parte, vol. II, pág. 121), sabe-se que a terra do Brasil ou dos Papagaios, foi arrendada a alguns cristãos-novos, sob as condições de mandarem