Visão do paraíso

Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil

aos descendentes e colaterais de Peçanha, e não apenas até princípio do século XV como o pretende um notável historiador das colônias genovesas.(27) Nota do Autor Embora em 1397, ao receber Micer Carlos da Coroa lusitana o cargo de almirante que houveram seus antepassados, mas desta vez "somente em sua vida", vale dizer que não o herdariam os descendentes, ainda em 1444 é confirmado no mesmo cargo Lançarote Peçanha, neto de Carlos.(28) Nota do Autor

Tanto quanto a das repúblicas italianas, a atividade ultramarina desenvolvida pela monarquia portuguesa tem acentuado cunho mercantil. É certo que não chegariam os lusitanos a libertar-se tão nitidamente como os venezianos, por exemplo, ou sobretudo como os genoveses, do apego à propriedade fundiária considerada instrumento decisivo de riqueza, em seus estabelecimentos coloniais, o que é em parte consequência da maior distância em que se achariam muitos desses estabelecimentos com relação à metrópole, e também à civilização e técnica rudimentares das populações indígenas nas mesmas partes. Todavia o domínio pleno a que nelas podiam aspirar os portugueses cifrava-se em regra no estrito necessário para o exercício livre da atividade comercial ou predatória.

Seja como for, a própria concessão de capitanias hereditárias, à maneira do que sucederá depois no Brasil, estaria longe de representar uma ruptura com os precedentes da colonização italiana. Quando, por exemplo, o genovês Bartolomeu Perestrello, futuro sogro de outro genovês, Cristóvão Colombo, recebeu de el-rei de Portugal a donataria de Porto Santo, nada faz crer que se viu diante de uma novidade absolutamente ignorada em sua terra natal. "Cônsules" genoveses, que eram ao mesmo tempo

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