Os holandeses no Brasil: notícia histórica dos Países-Baixos e do Brasil no século XVII

também depois de seu regresso à Holanda, não lhe tenham oferecido oportunidade para explicar seu modo de proceder. Pede, ao mesmo tempo, para ser novamente investido nos seus títulos e desobrigado do seu compromisso com a Holanda. Esse pedido mereceu o apoio de várias pessoas notáveis da Polônia, entre outras Christophore Radziwill, príncipe do Santo Império romano e generalíssimo dos exércitos do rei da Polônia, que em 1640 dirigiram cartas nesse sentido aos Estados-Gerais. Falamos já neste livro da nossa dúvida quanto a se Artichofsky havia ou não recebido instruções secretas dos Diretores para fiscalizar os atos do Conde Maurício, por isso que a parte dos Arquivos da Companhia capazes de esclarecer esse ponto, fora destruída. Realmente, o livro de ordens (Instructieboek) da Assembleia dos XIX perdeu-se. Todavia demos buscas, com o auxílio do arquivista de Amsterdã, a respeito desse caso, em documentos encontrados e que haviam pertencido à Câmara de Zeelândia. Rua conservado um livro de "Nótulas secretas" (Secrete Notulen) da Assembleia dos XIX, utilizado entre 1629 e 1645, e nele encontramos, entre outras instruções, as dirigidas em 1636 ao Conde Maurício e a todos os Supremos-conselheiros que o acompanharam. Faltam a esse livro duas páginas, relativas ao ano de 1636, justamente a época em que deveriam ter expedido as tais ordens a Artichofsky, antes de seu embarque para o Brasil. Essa circunstância nos levou a crer na existência de um documento comprometedor. Contudo, devemos confessar haver achado na mesma coleção a minuta de uma carta escrita pelos Diretores da Companhia a Artichofsky, em 1.º de julho de 1639, (ignoravam ainda os signatários o chamado daquele general, o que ocorrera em junho) e, nessa carta, dão a seguinte explicação : "V. Ex.ª nos informa estarem se verificando irregularidades e abusos no governo dessa colônia, mas esperamos se verifiquem com o correr do tempo melhoras de situação. Sobretudo desejamos reine sempre boa harmonia entre os oficiais: que cada um saiba ceder aos outros em autoridade contanto não haja falta de respeito aos superiores. Se forem se guiar pela soberba e pela inveja resultarão lastimáveis consequências para os interesses da Companhia". (Ued. schrijft dat vele defecten ende abuijen daer noch in den staet ende regieringe van dien, willen hopen dat van tijdt tot tijdt sullen beteren ende voornamentlijk Godt de Heere bidden met verlrowen, dal aldder soo goede harmonie ende onderlinge correspondentie onder de officieren sal geven, dat iedereen liever de minste als de meeste sal sijn, aleer lij sich vergeetende in t' respect dat sijn overhoofden schuldigh is eenigh ondienst voar de Compagnie veroorzaken sou, die anderzins met jalousie ende hoovaerdy te verwachten staen).

Essa carta matada a questão, não obstante aquelas páginas arrancadas do livro de Nótulas secretas, uma vez que revela expressões

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