Dois anos no Brasil

peixe seco me tinham roubado, fui obrigado a dieta completadora do estrago que a vida na canoa começara. Enquanto sofria no leito, por vezes delirando, o vômito negro fazia vítimas na cidade. Eram numerosos os enterros. Esperavam-se as chuvas e nada de chegarem. A poeira era de um vermelho de barro e parecia o "simun" do deserto: entrava por todas as partes, cobria tudo. Quando não era presa do delírio e (malgrado a negra que me servia de enfermeira), rolava pelo chão para aliviar o calor que me torturava. Ao perceber os passos do Sr. Leduc, voltava depressa à cama porque ele era inflexível em me censurar por essas loucuras. Todavia, ralhava comigo, pois meus lençóis manchados de barro me traíam. Não podia enganá-lo.

Que lhe chegue um dia, através do Oceano, a expressão do meu eterno reconhecimento, registrado neste livro.

Dois anos no Brasil - Página 303 - Thumb Visualização
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