Tomar notas, ainda menos. Meus olhos estavam tontos de luz, minha cabeça doía, não atinava com o que fazer. Ficar ali, não me era possível; voltar, era tão longo o caminho! E o vapor que não chegava! Meti-me n'água de novo, mas não demorei. O primeiro banho parecera-me morno; agora sentia frio. Tremia. Vesti-me e regressei à canoa, num lastimável estado. Duas, horas após ardia em febre. Deitei-me na rede. Delirei.
Assim esperei ainda três dias o vapor. Sem dúvida um acidente demorava-lhe a chegada. Afinal entrou no porto. Era tempo. O calor e a doença davam cabo de mim. No momento de despedir-me de Miguel, tive ensejo de avaliar seu desinteresse. Eu, além de ordenado, dera-lhe várias vezes gordas gratificações; pagara-lhe a passagem do vapor de Óbidos a Vila Bela; dei-lhe também uma porção de coisas de que não precisava mais. Não satisfeito ainda, reclamou-me ainda os dois últimos dias que estivera comigo, dias suplementares, mas em que lhe dera de comer. Mas, o índio se revela em tudo. Aceitei-lhe a reclamação; fiz de novo suas contas, porém mandando que jogasse ao rio tudo quanto lhe dera. Refletiu e achou melhor ficar com os meus presentes.
Tivemos trabalho para embarcar os dois macacos; soltavam gritos tremendos e agarravam-se com todas as forças à canoa. Armei minha rede no convés e ali fiquei até o Pará. Ao entrarmos na baía de Marajó, soprava um vento ríspido; compreendi então as advertências que me fizeram quando pensei em vir até ali na canoa. Não teria me saído bem, sem dúvida, com tal ventania.
Passei um mês de cama. O Sr. Leduc me deu novamente hospitalidade e sinto-me feliz em declarar aqui nunca ter esquecido os cuidados que me prodigalizou durante os acessos de febre intermitente que me acompanharam até a Europa. Quando ia recuperando as forças que uma alimentação forçada de bananas, queijo duro e