Singularidades da França Antártica

ventos contrários a compeliram para o arquipélago de nome idêntico. No arquipélago do Cabo Verde, cujos naturais receberam prazenteiramente os franceses, teve o franciscano oportunidade de observar a orcela (Rocella tinctoria Ach.), da qual, três séculos depois, ainda nos falam os naturalistas Spix e Martius. (1)Nota do Tradutor

Chegou, então, a vez das calmarias, ali pelas alturas da Guiné. E, só à noite, ventos impetuosos, acompanhados de "chuvas pestilenciais", varriam os navios; "ceulx lasquels estoient moullez de ladicte pluye, saubdain ils estaint couvertz de grosses postules" (diz Barré), — sinal de que o escorbuto já dizimava a equipagem. Ainda assim, não deixou Thevet de consignar algumas observações importantes, atualmente confirmadas pelos etnógrafos, relativas às populações da Guiné (o tráfico da malagueta e do marfim, a organização militar feminina, o silent trade, etc.).

A passagem da linha equinocial deu-se a dez de outubro, próximo das ilhas de São Tomé, verificando o nosso frade que as águas do mar, em tal paragem, eram mais doces. Isso devia ter ocorrido nas vizinhanças de um dos dois grandes rios africanos, o Níger ou o Congo, onde, na realidade, a salinidade marinha atinge à cifra média de uns trinta e poucos mms. Quanto à ilha da Ascenção, foi ela avistada dez dias depois, isto é, a vinte de outubro. Logo após a esquadrilha ter deixado essa ilha oceânica, começaram a ser vistas quatro estrelas, de admirável brilho e grandeza, dispostas em forma de cruz, que ficavam, todavia, bem longe do polo antártico. "Os marujos, que navegam por essas paragens (observa Thevet), dão-lhe o nome de Carro". (2)Nota do Tradutor Tratava-se do Cruzeiro do Sul e, por essa ocasião, a expedição se encontrava perto do finisterra africano (pretexto para uma digressão a respeito do cabo da Boa Esperança, conhecido, também, segundo revelação do franciscano, pelo nome de

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