Leão do Mar. (1)Nota do Tradutor No derradeiro, dia do mês, finalmente, a marinhagem avista as cumeadas da serra dos Aimorés (as montanhas de Croismouron), sentindo-se, mesmo antes de avistar-se o continente, um novo ar, — o ar odorante, o ar das árvores, das flores e das frutas, o ar abrasado e perfumado da terra estranha.
Foi num domingo, a dez de novembro de 1555, após uma ancoragem em Macaé e uma estadia em Cabo Frio, que Thevet alcançou a baía do Rio de Janeiro. Também num domingo, a primeiro de setembro, avistou a expedição de Villegagnon o arquipélago das Canárias e em outro domingo, dia oito do mesmo mês, o Cabo Verde. Ainda foi num domingo, a vinte de outubro, que a esquadrilha chegou à ilha da Ascenção. A três de novembro, mais uma vez domingo, teve lugar a primeira ancoragem no Brasil (isto é, a arribada em Macaé). A travessia do Atlântico(a contar de catorze de agosto, data da partida definitiva) durara, pois, uns três meses. É verdade que a viagem de retorno foi muito mais penosa, tendo o frade navegado no comboio dirigido por Bois-le-Comte. Ficou esclarecido, assim, a participação do sobrinho de Villegagnon na expedição de 1555, circunstância essa que parece ter escapado à maioria dos nossos historiadores. (2)Nota do Tradutor
Bois-le-Comte, levando Thevet, de volta, em sua companhia, deixou a baía de Guanabara a 31 de janeiro de 1556. Oito dias demorou-se a esquadrilha no Cabo Frio (de onde, evitando os perigos da costa de Mahouac, tomou o rumo do norte) e dois meses foram gastos em dobrar o cabo de Santo Agostinho, — motivo pelo qual o franciscano fez uma referência aos cajueiros do nordeste e ao fortim chamado de Castelmarim,