Expurgada de seus Aristóteles e de seus Plínios, posto de lado o moralista ingênuo e simplório, abstraindo-se o estilo não raras vezes obscuro e prolixo, — nem por isso a obra de Thevet deixa de ser muito útil e interessante. Um americanista como A. Métraux já fez ver que as melhores fontes para o conhecimento das crenças religiosas dos tupinambás são os livros de Thevet, sobretudo no que diz respeito aos mitos recolhidos e publicados no volume segundo da sua Cosmografia Universal. (1)Nota do Tradutor Relativamente às Singularidades da França Antártica, pertence a Gaffarel (de quem já se conhecem as restrições) a observação de que esse livro, apesar dos defeitos, pode ser lido correntemente. E remata — o material é tão curioso e novo que o fundo acaba sempre conseguindo relevar a forma. (2)Nota do Tradutor É conhecida a opinião de que os estudos sobre a antropofagia ritual dos tupinambás estariam incompletos sem a obra de Thevet. E, do mesmo modo (acrescentarei), o estudo dos pajés, o das operações bélicas, o das práticas mortuárias, o das doenças e o de certos aspectos da civilização material dos indígenas do Brasil. Isso sem tocar na matéria de outra ordem, — as informações sobre os animais e plantas nativas no país.
Como se sabe, é de Thevet uma das descrições mais antigas do tucano, com o seu papo de frouxel amarelo e o seu bico monstruoso, quase tão grande quanto o próprio corpo. Logo, a figura dessa ave, juntamente com o seu nome,