O Selvagem

Em nossas bibliotecas encontra-se a Arte e vocabulario do dr. Tschudi, que aliás dá bom elemento de estudo para conhecimento da língua.

Ultimamente (1872) publicou o Dr. José Fernandez Nodal, em Cuzco, no Peru, Grammatica quichua, ó idioma de los Yncas, e está imprimindo na mesma cidade o seu Gran Diccionario Castellano Quichua y vice-versa. O sr. Fidel Lopez, de Buenos Aires, publicou em Paris, o ano atrasado, a obra que citei atrás: Races Aryennes du Perú, que é uma curiosa e profunda comparação entre o quíchua e o sânscrito. Infelizmente no Brasil nada havemos feito recentemente sobre as nossas línguas.

Com as obras acima citadas, o homem estudioso tem os elementos necessários para conhecer esta importante língua.

Entretanto, como é sumamente raro um catálogo dos escritos antigos sobre o quíchua, aqui vai a relação dos mais notáveis, que extrato da obra do dr. Carlos Nodal:

Grammatica da lingua geral dos indios do Perú, pelo dominicano frei Domingos S. Thomaz. Lexicon da mesma lingua (em espanhol). Valladolid, 1560.

Arte Quichua, pelo jesuíta padre Diogo Torres Rubio, com catecismo cristão, seguida de um vocabulário da língua chinchaisuyo, pelo jesuíta Juan de Figueiredo (em espanhol). Lima, 1700. Esta mesma obra melhorada foi reimpressa em Lima em 1754.

Vocabulario da lingua geral do Perú, pelo padre frei Juan Martinez. Lima, 1609.

Grammatica da lingua geral do Perú, pelo padre frei Diogo Gonzalez de Holguin. Cidade de los Reyes, 1608. Este jesuíta escreveu também um vocabulário que foi reimpresso em 1842.