da Agricultura, sr. Conselheiro Thomaz J. Coelho de Almeida.
A ideia de utilizar nossas colônias militares, como auxiliares do povoamento dos sertões, para nelas se colocarem intérpretes que, falando as línguas das populações selvagens circunvizinhas, lhes facilitariam as relações com os mesmos selvagens, encontrou eco no seio do gabinete e nomeadamente nos dois conspícuos varões, por cujas pastas correm estes negócios: o da Agricultura e o da Guerra.
Tive autorização para auxiliar-me das praças do exército que falassem línguas selvagens, e assim pude rever todo o trabalho que ora publico.
Oxalá produza ele os frutos que o governo tem em vista.
A organização do corpo de intérpretes, que não custa despesa nova, porque tanto monta guarnecer as colônias militares com praças que não falem as línguas dos selvagens vizinhos, como com homens que as falem, os quais, educados com os dois ofícios de ferreiro e carpinteiro, educação que é fácil dar nos arsenais, se disseminariam pelas colônias na vizinhança daquelas populações cuja língua falassem: a organização de um tal corpo, repito, é uma das medidas mais econômicas e prudentes que podemos agora tomar.
Deus há de permitir que ela medre, para bem e engrandecimento de nossa pátria.
Resumindo toda a questão em poucas palavras, repito aqui o que já disse na epígrafe:
"Conseguir que o selvagem entenda o português, o que é possível com um corpo de intérpretes organizado com praças do exército e armada que falem ambas as línguas, e que, educados nos arsenais, se disseminariam depois pelas colônias militares, seria a um tempo: