O Selvagem

o título de "Região e raças selvagens", e cuja tiragem se esgotou em pouco mais de três meses. Essa memória, ao ser reunida em volume ao curso da língua geral segundo Ollendorf, sofreu corte e aumentos que o General Couto de Magalhães lhe fez no intuito de melhorar o trabalho, para corresponder ao benévolo acolhimento com que o público o honrou, não só no Brasil como no Exterior.

A crítica foi unânime em proclamar o inestimável valor das contribuições, que o autor trouxera, para o estudo do homem americano, com suas investigações e suas longas viagens através do sertão, onde observara de perto o nosso aborígine, convivendo com ele em várias tribos. O Selvagem tornou-se por isso um livro precioso, passando a figurar na biblioteca dos sábios e a ser citado em todas as obras que se ocupavam do assunto. As lendas tupis foram traduzidas em várias lendas e reproduzidas, apenas com o texto português, no livro do sr. Sylvio Romero sobre os contos populares do Brasil.

A gramática tupi é a mais completa que há sido publicada até agora e, sobre ser abundante em regras formuladas pelo autor, e não compiladas, reproduz com a mais absoluta correção a verdadeira língua geral dos nossos aborígines. Ao autor destas linhas disse o ilustre e saudoso bispo do Amazonas, D. José Lourenço da Costa Aguiar, que o General Couto de Magalhães era o mais perfeito conhecedor do nheengatu no Brasil e que o vocabulário e os exercícios gramaticais de O Selvagem estavam tão de acordo com a língua tupi, que qualquer índio da vasta região do Rio Negro e Alto Solimões os entendia facilmente. Não se pode fazer maior elogio ao livro, quanto à parte gramatical. Quanto à outra, se a crítica em geral não lhe recusou