O Selvagem

elogios, houve, todavia, quem não aceitasse sempre as conclusões do autor.

Um dos críticos, o sr. José Verissimo, foi mais além: depois de, em vida do General Couto de Magalhães, haver proclamado, em diversas públicações o seu alto merecimento intelectual, entendeu de, logo após o falecimento do ilustre brasileiro, atirar-lhe algumas pedras à veneranda memória. Mas os calhaus só serviram para mais achatar o hilariante autor de Scenas da vida amazonica.

Em magistral estudo sobre "O selvagem perante o Direito", em que aprecia o aspecto americano da comemoração do centenário do Brasil, o exmo. sr. Desembargador dr. A. F. de Souza Pitanga ocupou-se, pelo Jornal do Commercio, do Rio, da atitude do sr. José Verissimo. E como sobre constituir resposta cabal ao agressor, estereotipa o valor da obra do General Couto de Magalhães, aqui reproduzimos o referido estudo, na parte que nos interessa:

"Entre as diferentes ideias que ao patriotismo brasileiro tem sugerido a generosa iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro de ser condignamente celebrado o quarto centenário do descobrimento do Brasil, nenhuma se reveste, a meu ver, de caráter mais simpático e mais justo do que o que lhe imprimiu a original e feliz inspiração do malogrado General José Vieira Couto de Magalhães.

A morte, surpreendendo em meia jornada o erudito brasileiro, lançou à fauce tenebrosa do sarcófago que o consome o foco de onde alguma luz deveria ainda irradiar sobre a etnografia brasileira, principalmente sobre a glossologia indígena, assunto descurado e escassamente conhecido, que constituía sua especialidade, e foi a parte que se reservou no seu variado programa; não se extinguiu, porém, de todo, o