Neves, em que dava conta aos membros do governo da sucessão, em Cuiabá, de uma exploração mandada fazer no rio Manso em fins do século passado ou princípios deste, pelo capitão-general Caetano Pinto de Miranda Montenegro, a fim de reconhecer se este era o mesmo rio que no Arraial dos Araés corria com o nome de rio das Mortes. Esse ofício vem acompanhado de um mapa, e por ele se verifica o que eu acabo de afirmar. Mandei copiá-lo, não só para prova desta asserção, como porque contém uma descrição detalhada da navegação desse rio, hoje completamente desabitado e quase esquecido. É [sic] nas suas margens que estava colocada a povoação dos araés, ali fundada por motivo da narração feita pelo capitão Bartholomeu Bueno Anhanguera de que os índios dali, os colomys e cunhatains, como ele diz, meninos e meninas, traziam ao pescoço palhetas de ouro como ornato. É tradição que os povoadores do lugar, depois de haverem trabalhado com pequeno resultado durante anos, descobriram afinal as minas, dando em um caldeirão de ouro, que lhes desenvolveu de tal jeito a ambição, que se mataram uns aos outros, fugindo o resto, e fazendo-se aos sertões, por medo do castigo que os perseguiria. Esta tradição tem levado àqueles ermos alguns exploradores audazes, e ainda no ano passado por lá andou um, que, como os outros, não foi bem sucedido, não tendo podido trabalhar por falta de mantimentos e recursos. Junto à cópia de um ofício que dá notícia da mineração de ouro dos araés antes das descobertas das minas de que acima falei, extraída também da secretaria de Mato Grosso.
4º O quarto roteiro que se pode seguir da bacia do Prata para a do Amazonas estava perdido e rodeado de maiores obscuridades ainda do que o terceiro, porque o rio que serve de intermediário entre as duas bacias é totalmente desconhecido, nem mesmo vem figurado