nos mapas; pelo contrário, na carta geral do Império, vem desenhada uma serra justamente na região que ele percorre, na qual, aliás, não existe serra alguma. Já dei ao sr. Ernesto Vallée, encarregado da nova carta geral do Império, tanto quanto eu o podia fazer, os dados necessários para traçá-lo, e a nova carta trará essa importante correção.
Eis como me nasceram conjecturas relativas a este roteiro. Na província do Pará encontrei, entre diversos pilotos velhos do Tocantins, a tradição de que os padres jesuítas dali se comunicavam com os do Paraguai por um caminho fluvial, interrompido apenas por 15 léguas de travessia por terra; esta tradição que encontrei em Baião e da qual me falaram também em Juquirapua, nos Patos etc., era constante, uniforme; a passagem dos jesuítas no Tocantins e Araguaia é sabida por diversos documentos antigos, entre outros pelas cartas do Padre Antonio Vieira, e por nomes de lugares que provavelmente seriam postos por eles, entre outros: um dos temerosos canais da cachoeira das Guaribas é conhecido até hoje com o nome de canal Vitam Eternam [sic], isto é, caminho para o outro mundo; canal do inferno, no qual naufraguei em 1866, e que tem esse nome, porque até então os que ali tinham entrado, de lá não saíram. Em reiteradas viagens pelo divisor das águas, nunca pude compreender qual ou quais seriam os rios que aqueles enérgicos padres tinham seguido, subindo o Tocantins e o Araguaia, para se passarem, só com 15 léguas de travessia de terra, à bacia do rio da Prata; que as águas de uma e outra bacia se entrelaçam e às vezes se confundem, era fato averiguado; que, porém, as navegações de uma e outra bacia se avizinhem tanto nessa altura, eis o que se não podia compreender, porque os únicos rios traçados nas cartas, o Caiapó Grande e o Barreiro, não chegam navegáveis a distância