encefálica, cujo diâmetro é pouco maior do que o da medula espinhal; nem o maxilar superior nem os inferiores são ligados ao crânio; digo maxilares, porque os inferiores são divididos em dois ossos desarticulados, de modo que pode aquela boca distender-se livremente sem o embaraço desses ossos.
Defronte de Assunção do Paraguai, o índio pajaguá domina na região dos pantanais, ou Chaco, como lhes chamam os espanhóis. Acima da fronteira do Apa, para o norte, domina com diversos nomes a nação guaicuru, ou índios cavalheiros; um dos chefes — da subdivisão conhecida pelo nome de cadiuéus — o capitão Lapagate foi-nos sempre de não pequeno auxílio na guerra e de grande dano às guarnições da fronteira paraguaia do Apa. O país dos guaicurus é do Apa até pouco abaixo da foz do Emboteteu, ou rio de Miranda. De Corumbá para cima é o país dos guatós, tribo de navegantes eternos que, identificados com suas canoas, quase como o caramujo com a sua concha, erram e vivem por aquelas alegres e fartas regiões dos pantanais do alto Paraguai, São Lourenço e Cuiabá. Para o índio essa é a região onde a vida é fácil: a caça e o peixe são aí, não só em grande abundância, mas tão facilmente colhidos que, para viver e gozar de fartura, não é necessário trabalhar. Desde que se entra em terra firme, o rei do sertão é o índio coroado. Existem na bacia muitas outras tribos; não entra em meu plano mencionar senão as características.
Quem viaja essa linda e curiosa região dos pantanais, não em vapor, porque este, indo pelo meio do rio, não permite a observação de detalhes, mas quem a viaja em canoa, a par de alguns riscos que corre, tem tanto que ver e observar, que os dias se escoam com prodigiosa rapidez. Ao contemplar essa região compreende-se a ação pacífica das águas no processo de elaboração e