Nestas mesmas lendas, de princípio a fim, existem coisas que jamais poderiam ter sido escritas por um homem que não houvesse bebido a língua com o leite materno.
Uma das coisas minimamente curiosas, e que indicam a diferença das duas raças, e que jamais podiam haver sido inventadas por quem lhe não pertencesse, são as sentenças.
Nos povos que adotaram o cristianismo, por exemplo, quando, ao homem que persiste em uma resolução desesperada, se observa alguma coisa, ele responde: que leve tudo o diabo! Na primeira das lendas nós vemos que a frase correspondente a esta, entre os tupis, era a seguinte: o fogo dizem devora tudo! "tatta, pahá oçapi opãin rupi!"
Outro exemplo: quando entre nós se objeta a um homem que ele se expõe a uma morte provável, e que este homem quer indicar a sua resignação, nós, povos arianos, dizemos: não estou no mundo para semente. A frase correspondente no tupi, para este caso, nós a encontramos ainda na primeira lenda, onde o jabuti, ameaçado, pelo rasto, de ser uma segunda vez enterrado pela anta, lhe responde: eu não estou neste mundo para ser pedra - Ixé intimahã xa ikô ce ára uírpe ita ãrãma.
Pelo lado dos anexins populares, dessas máximas que constituem por assim dizer toda a filosofia prática de um povo, impossível seria conhecê-los no tupi a não serem os textos originais de suas lendas. Foi por meio de uma delas que fiquei sabendo que muitos dos ditados populares do Brasil nos vieram do tupi.
Entre outros citarei o seguinte, que é muito vulgar em todo o Brasil: quando se quer dizer que é muito difícil iludir e enganar um homem experiente, diz-se