Os fâmulos foram, chegaram à casa da Cobra Grande, esta lhes entregou um caroço de tucumã muito bem fechado e disse-lhes:
— Aqui está; levai-o. Eia! Não o abras, senão todas as coisas se perderão.
Os fâmulos foram-se, e estavam ouvindo barulho dentro do coco de tucumã, assim: tem, ten, ten... xi...(20)Nota do Autor Era o barulho dos grilos e dos sapinhos que cantam de noite.
Quando já estavam longe, um dos fâmulos disse a seus companheiros:
— Vamos ver que barulho será este?
O piloto disse:
— Não; do contrário nos perderemos. Vamos embora, eia, remai!
Eles foram-se e continuaram a ouvir aquele barulho dentro do coco de tucumã, e não sabiam que barulho era.
Quando já estavam muito longe, ajuntaram-se no meio da canoa, acenderam fogo, derreteram o breu que fechava o coco e abriram-no. De repente tudo escureceu.
O piloto então disse:
— Nós estamos perdidos; e a moça, em sua casa, já sabe que nós abrimos o coco de tucumã!
Eles seguiram viagem.
A moça, em sua casa, disse então a seu marido:
— Eles soltaram a noite; vamos esperar a manhã.
Então todas as coisas que estavam espalhadas pelo bosque se transformaram em animais e pássaros.