(formosa espécie de gavião do Brasil), que era formoso, caçador e valente.
Para os selvagens, que não tinham outras riquezas além das que diretamente entendiam como a sua alimentação, dizer que um indivíduo possui abundância de comida, equivale a dizer que é rico.
Pelo contexto da lenda, vê-se que, entre os selvagens, como entre nós, o ideal de marido é o homem formoso, rico e valente.
I — A moça e o gambá
Uma moça disse a sua mãe: eu vou procurar marido, eu estou padecendo muito de fome.
Ela foi-se chegou onde havia três caminhos e perguntou:
— Qual será o caminho do inajé [sic]?
Em um caminho ela viu penas de inhambus. Então ela pensou: este é o caminho do inajé. Foi-se sobre ele. No fim, encontrou uma casa, onde estava uma velha sentada e que se achava à beira do fogo. Disse:
- Você é a mãe do inajé?
A velha respondeu:
- Eu sou ela mesma.
A moça disse:
- Eu venho para me casar com ele.
A velha disse:
- Meu filho é gente muito brava; por isso, eu vou esconder você.
Esta velha não era mãe do inajé; era mãe do gambá.
À tarde seu filho chegou, trazendo sua caça: pássaros.
Sua mãe aprontou-os, para comerem. Eles estavam comendo, quando sua mãe lhe perguntou: