O Selvagem

conferência, em oito nações de línguas diversas, que vêm descritas na obra acima mencionada, e das quais vêm vocabulários em outra obra do mesmo naturalista, intitulada Glossaria Linguarum Brasiliensium, Erlangen 1863.

As nações aí cartografadas são as seguintes:

1° Tupis ou [e] Guaranis: as regiões por eles ocupadas são assinaladas em tinta vermelha e ocuparam quase todo o Brasil, pois tinham uma grande região num chapadão central dos Andes, nas cabeceiras dos rios que formam o Madeira; daí, um ramo desceu para o sul até á Lagoa dos Patos, outro subiu para o norte até o Amazonas, do qual se assenhoreou [sic], muito ao Ocidente da foz do Madeira, até ao do Amazonas, ao sul de Marajó, dominando toda a costa do Atlântico desde o Marajó até a Lagoa dos Patos, além de uma grande região do interior, entre os rios Xingu e Tapajós, igual a um dos atuais estados do Brasil e por eles, denominada Tupui-rama.

Era, pois, sem dúvida alguma, uma poderosíssima raça e merece o nome die Krieger, os Guerreiros, com que Martius os qualifica em sua Ethnographia.

2° O segundo, mais numeroso grupo, é o dos jês e [ou] crãs , que ocupavam uma região enorme no centro do Brasil, entre os planaltos de onde fluem os tributários de Tocantins e do Araguaia, região denominada pelos tupis — Tapuirama ou Pátria dos Tapuias, e que vem figurada no mapa com a cor amarela.

3° Guck, [ou] coco, no planalto dos Andes, ao norte dos tupis, denominados por estes os tutiras ou os tios, e eram senhores das margens dos rios afluentes do Amazonas, a oeste da foz do Madeira, e da enorme região de Oiapoque e das Guianas. No mapa estão cartografados com a cor verde.