O Selvagem

a qual ficava ao pé de São Bernardo de hoje, junto ao rio Jerivatyba (hoje rio dos Pinheiros).

Quem eram porém, os guianas, esses a quem Martius, à p. 768 de sua Ethnographia chama die gelehrten, isto é, os sábios, e de onde vem a boa e excelente raça dos paulistas? Eram bárbaros antropófagos, ou eram comparativamente civilizados?

Transcrevo aqui o que diz Gabriel Soares, que escreveu, em 1587, cerca de 50 anos apenas depois da ocupação da capitania de S. Vicente, à p. 90, edição do Instituto Histórico:

"Não são os guaianás maliciosos, nem refalsados, antes simples e bem acondicionados e facílimos de crer em qualquer coisa... Não matam aos que cativam nas guerras... São grandes flecheiros e inimigos de carne humana... Se encontram com gente branca não fazem nem um dano, antes boa companhia... Não costumam fazer guerra a seus contrários fora de seus limites, nem os vão vuscar em suas vivendas".(1)Nota do Autor

O mesmo é repetido por Jaboatão, pelo jesuíta padre Simão de Vasconcellos e pelo inglês Roberto Southey, na melhor das histórias do Brasil que até hoje possuímos.

Isto deixa assentados três pontos:

1° Não matavam, e menos comiam, seus prisioneiros de guerra.

2° Não eram inimigos, antes amigos leais dos brancos que lhes tomavam as terras e que posteriormente os escravizavam.

3° Fáceis de crer em tudo, tornavam-se com facilidade cristãos.

Eis o que diz a história.

Dos vestígios que ainda hoje encontramos em São