Avatiá [abati] (milho): a fruta, áva de cabelo, tiá na ponta, ou: fruta de cabelo na ponta.
Mantiqueira (nas escrituras antigas escrevem Mantiquira): maan coisa, tiquira que verte, ou serra das vertentes, como ela o é realmente.
Essas línguas não têm propriamente verbos; qualquer palavra, com os prefixos pronominais e com palavras que significam tempos, exerce essas funções.
Os jesuítas, que não conheciam língua alguma de aglutinação, escreveram más gramáticas dessas línguas; a melhor que existe, da língua guarani, é a de um brasileiro, falecido há pouco, o dr. Baptista Caetano de Almeida Nogueira e que vem impressa no volume 6, 1879, dos Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio.
Do guarani há três excelentes vocabulários: primeiro, Thesouro e vocabularios do jesuíta americano Montoya; a melhor edição é a de Platzmann, que se pode obter por intermédio da Casa Laemmert; segundo, Vocabulario do dr. Baptista Caetano, publicado no volume 7 dos Annaes da Bibliotheca do Rio; é obra de longo fôlego e preciosa; terceiro Vocabulario de la lingua guarani pelo jesuíta padre Paulo Restivo, também muito bom.
Fora muito conveniente que no Brasil conservássemos os nomes americanos, não só porque tornam mais inteligível a história do país em que nascemos, como porque descrevem sinais permanentes da região, e não se confundem com os outros portugueses, reproduzidos aqui, em Portugal, na Ásia e na África. Se São Paulo continuasse a ser chamado Piratininga, num telegramma de Londres a São Paulo, custaria dez shillings essa palavra, ou 15$000, ao passo que São Paulo, por ser de duas palavras, custa 20 shillings, ou 30$000.
Dissemos atrás que entre o tupi e o guarani há pequena diferença; contudo as duas línguas são diversas