gado cavalar, não incluindo o gado bovino, cujo número é ainda mais considerável."
São, portanto, 120 mil animais que, ao preço de 12$000 cada um, representam, pelo menos, um prejuízo de 1.440 contos só em um ano, afora as vidas!
Estes prejuízos, as despesas que serão necessárias com movimento de forças, as perturbações sociais que provirão de conflitos sanguinolentos no interior, mostram que quaisquer despesas que fizermos agora para assimilar os selvagens na nossa sociedade, serão incomparavelmente menores do que as que teremos de fazer, se, por não prestarmos atenção ao assunto, formos forçados a exterminá-los.
E nem se diga que não estamos expostos aos mesmos perigos que os argentinos, chilenos e norte-americanos.
Se o perigo ainda não se manifestou entre nós, é porque aqui no Brasil temos sido mais previdentes, é porque a população cristã está por assim dizer confinada na costa. Aquela que é limítrofe dos selvagens tem com eles constantes conflitos, e não há quase um só mês em que os jornais não deem notícias de tais conflitos.
Não só estaremos (desde que a população se alargue) expostos aos mesmos perigos que os argentinos, como estaremos expostos a maiores, e para assim julgar basta ter presentes ao espírito os seguintes fatos:
A população selvagem da República Argentina é avaliada em cem mil índios; a nossa é calculada em um milhão, ou dez vezes mais. O território da República Argentina é quase todo acessível, por meio da grande linha navegável do Paraná; ali o movimento de forças é mais fácil ao cristão do que ao gentio, dispondo