e destinadas a substituir o sal, como seja: o caldo da mandioca, de que preparam uma conserva que se vende no Pará, onde tem grande consumo, intitulada tucupi.
Preparam também por sublimação um veneno acre com que ervam as pontas das flechas, para conseguir com prontidão a morte dos animais que atacam.
Extraem também com um processo combinado de fogo e maceração, produtos alimentares de certas amêndoas, sendo célebres, entre estes, as famosas bebidas uassahi [açaí] e bacaba, célebres não só por serem alimentos de primeira qualidade para pessoas debilitadas por doenças ou pela idade, como também pelo peregrino do sabor e perfume, tão delicado que um viajante americano declarou que, dessas bebidas, cuja tradição, segundo ele, foi levada pelos fenícios ao Velho Mundo, nasceu a ideia do néctar e da ambrosia dos gregos.
Outra goma que preparam com o auxílio do fogo, e que constitui um poderoso recurso para o regime alimentar dos enfermos nos extensos vales do Amazonas e seus afluentes, é o amido da mandioca, com o qual fazem a deliciosa tapio-cuhi ou farinha de tapioca.
5º O quinto grande emprego do fogo consiste em utilizá-lo para auxiliar a indústria de trabalhar a madeira; debaixo deste ponto de vista, empregam-no para derribar as grandes árvores de que necessitam para suas embarcações, acendendo junto a seus troncos uma fogueira que em pouco tempo abate os mais altivos; com o fogo abrem-lhe bojo; é assim que fazem as suas canoas ou ubás, como as denominam. Com o fogo vergam ou espalmam os mesmos troncos de modo a fazer uma canoa muito mais larga do que era o primitivo madeiro; são as que os tupis denominam igara.
6º Usam do fogo como meio de fundir, ou, melhor, de cozinhar a argila para preparar vasos de água (ygaçaba), urnas funerárias, panelas, estátuas, brinquedos