que para mim indicam quase a mesma coisa. Ora, todas elas têm a palavra tatá, fogo; tatá-itá, pedra de fogo ou com que se tira o fogo; tatá quice, para exprimir a palavra fuzil. Ora, não é razoável supor a ignorância da existência de um elemento, cujo nome serve de componente de outros que exprimem objetos próprios para cada momento reproduzi-lo. Tenho, pois, para mim que a opinião do padre Jaboatão, Simão de Vasconcellos e outros é a este respeito sem fundamento.
VI
Fundição de metais
Examinemos agora outra questão para terminar este capítulo: Os índios do Brasil conheciam algum metal?
Não conheciam. Os antigos historiadores referem-nos que, quando [Díaz de] Solís penetrou no Rio da Prata, encontrou os índios de suas margens com objetos desse metal.
Encontrei em Mato Grosso um roteiro de um filho do capitão-mór João Leite Ortiz, companheiro do Anhanguera, o qual refere que os índios arais traziam ao pescoço pequenas chapas de ouro.
O primeiro fato explica-se pelo contato em que os índios do Chaco deviam estar com os quíchuas e mais nações debaixo do governo dos incas que, como é fora de dúvida, conheciam não só a arte de fundir como de moldar e trabalhar o ouro, o cobre e a prata.
O segundo fato explica-se assim: o que os índios traziam ao pescoço eram folhetos de ouro, tais quais são encontradas na natureza, quando muito batidas. Deste ornato usam até hoje os sertanejos do norte de Goiás.
Não creio que os nossos índios conhecessem a arte de trabalhar algum metal, pelas seguintes razões: